terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Um bebê e o Natal


O mês de Dezembro de 1982 foi muito especial para mim.
Exatamente no dia 6 nascia meu filho Vicente, às 22:10 h, de um parto normal, no Hospital João XXIII, na Mooca.
Era um bebê lindo, gordinho... Nasceu com 4 quilos e duzentos gramas... Imaginem!
Eu já tinha minha filha, Kátia, que estava com quase cinco anos (4 anos e 8 meses); já frequentava a escola, mas, naquele período já estava em férias.
A vida seguia num ritmo quase normal, afinal, agora eu tinha mais um filho em casa... Um bebê que, embora muito bonzinho, exigia todos os cuidados necessários.
Com a presença de um recém nascido em casa, o tempo passa a ser calculado de acordo com as trocas de fraldas e a próxima mamada, sem deixar de cuidar de toda a rotina da irmãzinha maior, além de todo o trabalho que uma casa exige. E eu, logo depois do parto, sofri uma hemorragia uterina intensa, levando-me a ficar mais em casa. Sentia-me bem cansada e não tinha vontade de sair, de passear, de ir a festas, etc.
Os passeios com a pequena Kátia eram feitos pelo pai, pois não era justo privá-la destas coisas de criança.
Logo chegaria o Natal e as festas de fim de ano, mas, a situação era nova. Tínhamos um bebê recém nascido em casa que exigia cuidados especiais, além do meu estado de saúde... Eu precisava me recuperar.
Então, decidimos que o Natal, naquele ano, passaríamos em nossa casa, proporcionando conforto e tranquilidade ao nosso bebê, à nossa filha e a nós mesmos.
As tradicionais compras de Natal eu já havia feito, antes do bebê nascer, justamente porque eu queria muita tranquilidade para nossa família depois do nascimento.
Assim foi feito. Arrumei e enfeitei toda a casa, como de costume, preparei toda a comida, sobremesa e ficamos em casa, na noite de Natal, com nossos filhinhos e com a visita de alguns familiares.
Foi um Natal de muita paz e alegria, com a benção de Jesus.
Feliz Natal a todos. Prosperidade para 2012.
Muita paz!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Até breve, minha mãe!





Virginia Siquelli de Assis
(20.03.1929 - 09.10.2011
)

Por que será que as mães são essas criaturas tão especiais? Talvez porque elas tenham características muito especiais.
Eu poderia ficar horas e horas falando sobre todas as qualidades das mães, sobre sua capacidade de renúncia e sobre o amor incondicional que elas têm por seus filhos. Mas, não vou.
Quero falar, apenas, sobre a saudade que os filhos sentem de suas mães... Mesmo quando elas estão presentes, mas, acima de tudo, quando elas estão ausentes... Quando já tiveram de voltar à Pátria Celeste, através da desencarnação... Quando elas deixam esta dor em nosso peito, pela saudade crescente, pela vontade de ouvir sua voz, de olhar seu rosto, de sentir sua presença, o calor de seu abraço, a proteção de suas mãos...
Vêm na mente, as cenas da infância... De nossa casa simples, na Rua Umuarama; das brincadeiras de criança; das festas de família; do cheiro das comidas; das broncas; dos castigos; dos lençóis; dos perigos; dos socorros; da voz; do ralhar; das canções; da primeira menstruação; dos bailinhos; dos namorados escondidos e aceitos com sua benção...
Onde foi parar o mundo do faz de conta, os castelos dourados, as fadas?
Eu cresci e não houve outro jeito...
Senti tanto sua falta, mãe... Queria você mais presente em minha vida. Mas, talvez, exigi demais.
Hoje entendo que não podemos exigir além do que as pessoas podem oferecer... E também entendo que era o que você podia oferecer... Era o tamanho de seu amor e o seu jeito de dizer e demonstrar.
Também entendo, hoje, que para o coração e para a alma compreenderem, não precisa dizer nada... A linguagem é outra.
Entendi que você também era especial, do seu jeito. Jeito seu de mostrar sua força, para cumprir sua missão de ser mãe.
É. Chegou o momento de você voltar lá pra mais perto de Deus.
Elevo minha prece, para que Jesus a receba, minha mãe, com as mais belas flores dos jardins celestiais e que lhe dê forças para prosseguir no trabalho que ainda está por vir.
Que você tenha um despertar bem tranquilo e serenidade para compreender os dois lados da vida.
Sou-lhe grata, minha mãe, pela oportunidade da vida. Um dia você me recebeu em seu seio e me deu a luz da vida... Sou eternamente agradecida.
Fique em paz, Mãe! Até breve.
Eu te amo. Muita paz!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Oração ao meu Pai



Nasci na cidade de São Paulo, no bairro de Vila Prudente.
Deus me deu a oportunidade de nascer no lar de meu pai e minha mãe.
Meu amado pai, o mais paulistano de todos os mineiros que já conheci. Amava Sampa demais e adotou esta cidade como sua e nos ensinou a amá-la igualmente.
Tenho tanta saudade de meu pai querido. Se foi há 21 anos, em Janeiro de 1990. Sempre me lembro dele... Todos os dias. Ele é uma referência muito boa em minha vida.
Penso que os pais são, por analogia, imagem e semelhança Daquele que está no céu, pela sua tarefa de educar, ensinar, de proteger. Por isso, um ser especial... Um companheiro fiel, fonte de amor, de esperança e de sabedoria. Nosso pai é nosso herói.
O meu amado pai era... Meu herói. Mesmo com sua pouca educação acadêmica, era um sábio. Bastava sua presença para nos sentirmos protegidos. Muito do que sei, aprendi com ele, até mesmo através de seus pensamentos antagônicos aos meus, pois foram exemplos que me fizeram refletir.
Meu pai amado, sempre vi em você um modelo, um amigo.
De você trago no sangue e no nome, pedaços de amor e de carinho, que sempre estarão comigo.
Nesta hora, meu sempre querido papai, eu oro a Deus por você, do meu coração, pedindo a Ele que lhe bendiga sempre e, onde você estiver, receba minha saudade e meu agradecimento.
Te amo muito meu amado Pai. Obrigado.

terça-feira, 10 de maio de 2011

2º Encontro de 2011 dos autores do site SPMC e do blog Memórias de Sampa, em São Paulo

Foi muto agradável a noite de 06.05.2011,quando pudemos rever os amigos queridos, autores do SPMC e Memórias de Sampa, que compareceram à Pizzaria Bruno.
Arthur Miranda e sua esposa Denise, Jurema (irmã de Arthur), Zeca Paes Guedes (do http://janelasdozeca.blogspot.com/ ), Miguel Chammas(do http://prosaversochammas.blogspot.com/ ), Sonia Astrauskas(Roda de Prosa) e pudemos ter entre nós a presença da grande vedete do Brasil Marly Marley, e Fátima, uma amiga de Marly.
Sentimos a ausência dos nossos queridíssimos autores que habitualmente comparecem e que, por razões diversas, não puderam estar presentes ao evento.
Mas, estamos certos de que não faltarão oportunidades para estarmos todos juntos novamente. Nosso próximo encontro de autores redondos ou não, acontecerá em 18.06.2011, em Lorena, na casa de Arthur Miranda (ator,comediante e autor do SPMC e Memórias de Sampa), na Festa Junina dos autores do site São Paulo Minha Cidade(SPMC) e do Memórias de Sampa (http://memoriasdesampa.blogspot.com/)
Até lá, amigos!
Muita paz!

terça-feira, 3 de maio de 2011

sábado, 23 de abril de 2011

Blog Pop

Olá, amigos!

Recebi este selo da Jeanne ( http://conscienciaevida.blogspot.com ), uma mulher batalhadora e muito querida em nosso meigo blogueiro. Ela vem realizando um trabalho bem bonito, junto à doutrina espírita e está comemorando 1000 acessos diários em seu blog e convida a todos para esta grande festa.
Parabéns, Jeanne!
Esse selo é conferido aos blogs de popularidade; blogs que atingiram a aceitação do público.
O selo foi criado com a intenção de promover o reconhecimento por um trabalho que agrega valor à Web.
É importante que quem receba o “Selo Blog Pop” e o aceite, siga algumas regras:

1. Exibi-lo no blog;
2. Apontar o blog pelo qual recebeu o selo;
3. Escolher outros blogs a quem deve oferecer o “Selo Blog Pop”.

Ofereço o selo aos meus queridos amigos, abaixo citados:
http://memoriasdesampa.blogspot.com/
http://prosaversochammas.blogspot.com/
http://tocadojens.blogspot.com/
http://osmorcegos.blogspot.com/
http://blog-literaturando.blogspot.com/

Obrigada.
Muita paz!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Pensamentos radioativos

Estou em plena dieta sem iodo. Em breve, terei de tomar iodo 131. Precisam saber se ainda tem alguma célula cancerígena em mim.

Tudo isso ainda é muito novo, para mim... Estou sem tomar o medicamento T4 e já começo a ter sintomas pela falta dele, embora esteja otimista e confiante.

Sei que é necessário tudo isto. Então, vamos fazer.

Às vezes, não tenho vontade de nada... Nem de escrever. Outras, sinto vontade de falar sobre tudo isto, sem que eu tivesse de dizer uma só palavra. Queria que todos pudessem ler meus pensamentos e sentimentos. Assim, saberiam como me sinto.

Não me perturbo pela alimentação limitada. Só sinto falta do Puran.

Engraçado... O mundo todo preocupado com o vazamento da usina nuclear no Japão... Iodo 131... Eu me preparando para tomar o tal iodo 131... Putz, não tem como não lembrar. Não tem como não se emocionar. Não apenas com o horror do tsunami e dos terremotos, arrastando vidas e destruindo cidades inteiras... Não tem como não deixar de pensar nas pessoas que moram ali e que podem estar contaminadas.

A vontade de ajudar e de poder falar é enorme. Pois, curioso, o iodo radioativo também pode salvar. É isso mesmo, cercado de cuidados, ele faz bem.

Sei que, para pessoas saudáveis, a radioatividade não é nem um pouco boa, muito pelo contrário. É um veneno. Veneno que, no meu caso, e no de milhares de outras pessoas, cura.

Não sou contra as usinas nucleares. Sou contra a falta de segurança nas usinas nucleares. Sou contra o poder público que coloca em risco a vida de milhares de pessoas que moram na região de usinas nucleares. Sou contra a falta de vontade dos órgãos competentes em colocar em segurança as pessoas que se arriscam em morar nessas regiões.

Acho sim, que temos de ter estas usinas, que fabriquem não armas nucleares, mas remédios que curam ou ajudam a curar.

Pena que ainda não inventaram uma forma dessa radioatividade só atingir e ser benéfica para quem precisa. Ainda não chegamos lá.

Por enquanto, torçamos para que o menor número possível de pessoas seja contaminado... Bom seria se ninguém fosse contaminado e que mais esta tragédia sirva de lição e incentivo para melhorarem as condições de segurança e bem estar para as populações que moram em regiões nucleares...

Viu só? Me pego no flagra divagando sobre o iodo...

Agora, vou pensar nos dias felizes, na oportunidade de vida que Deus me deu, uma vez mais, depois da tireoidectomia, e em tudo de bom que podemos realizar quando temos vontade, determinação e empenho.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sala São Paulo em 3D




VEJA EM 3D A SALA SÃO PAULO.
Depois há quem diga que Sampa não possui nada de atraente
Quem ainda não a conhece deve assistir lá a um recital.
Chegue bem antes do começo do concerto para conhecer a Sala São Paulo.
A chamada para o sinal de início do espetáculo são os acordes da ópera de Carlos Gomes, “O Escravo”.
Fui informado, por gente que entende do assunto, que a Sala São Paulo é qualificada como a de melhor tecnologia atualmente existente no mundo.
Foi construída a partir da edificação da Estação Ferroviária Julio Prestes cuja arquitetura é magnífica.
O concerto de inauguração foi feito em homenagem aos operários que construíram a sala e para os seus familiares.
Entre no site e movimente o mouse em sentido rotacional para ter a visão de 360 graus. É uma maravilha!
Dê só uma olhada.
SALA SÃO PAULO, EM 3D!
http://www.br360.com.br/sp/flash/sala-sp01.html


domingo, 23 de janeiro de 2011

Colação de grau

Sexta-feira, dia 21 de janeiro de 2011, o correu a cerimônia solene de Colação de Grau oficial dos formandos do ano letivo de 2010 das Faculdades Oswaldo Cruz e meu filhão estava entre eles, pelo curso de Publicidade e Propaganda.
Fiquei muito feliz e orgulhosa, pois considero uma grande vitória dele, depois de ter passado por aquele acidente terrível que o afastou dos bancos escolares por um longo período. Mais orgulhosa ainda porque ele foi o orador da turma, escolhido por unanimidade pelos colegas.
Seu discurso foi muito peculiar e despojado e é com muito orgulho que o publico aqui.
Meu filho querido, eu te amo muito.

(Sonia Astrauskas)

Ola, tudo bem?
Em primeiro lugar eu quero agradecer à minha sala por ter me escolhido para orador. No dia da escolha só tinha eu na sala; o professor olhou para mim e falou: alguém quer se canditadar? Eu levantei a mão e ele falou: mais alguém? Mais alguém? Respirou fundo e falou, vai... Pode ser você mesmo. (brincadeira)
Quero agradecer também a todos os que estão na banca, Nossa! Banca? Tô com trauma ainda do meu TCC; a todos os alunos e a todos os que vieram aqui hoje.
Obrigado, de coração, a todos.
Gostaria de me apresentar; meu nome é Vicente e sou aluno de Publicidade e Propaganda. Opa! Desculpa ai gente, não sou mais aluno. Desculpa; força do hábito.
Estou aqui, com essa roupa engraçada, um chapéu bem fashion e um canudo na mão. Na real, eu achava que ia estar com o canudo já! Desculpa.
Nos tempos de faculdade, tentei ser uma pessoa legal com todos e sempre fui metido a engraçadinho; acredito que alguns daqui estão esperando um texto bem debochado e sem noção, bem parecido com os 4 anos que passei aqui, mas, sentado em meu quarto tentando dar o toque especial do Vicente no texto, vi que esse momento é uma responsa muito grande. Então, não fiquem decepcionados se eu não falar as coisas debochadas ou sarcásticas agora.
Não sei se todos os presentes sabem, mas existe um ditadinho muito conhecido entre os estudantes:
“Entrar na faculdade é fácil, difícil é sair.” Já ouviram?
Fiquei pensando algum tempo sobre esse ditado e cheguei a algumas conclusões. Hoje, depois de 4 anos de faculdade, posso vir aqui e dizer, com toda certeza, o porque é tão difícil sair da faculdade.
Sair não é difícil por causa do custo e dos gastos que se tem quando se é um estudante. Nem por causa da indesejada matemática das notas, exames e DP’s que você acumula durante a sua jornada aqui.
O difícil mesmo é que, depois de tanto tempo, deixar o convívio diário com tantos amigos, até os que você não gosta muito, deixar somente na lembrança tantas histórias, tantos amores, e os desamores também, não é tão fácil assim. Deixar é claro, os tão polêmicos botecos, (Mãe, eu não bebo tá? Só eles que bebem), deixar cenário de tantos acontecimentos, os amados mestres, como a Maria Tereza... Não gente, tô brincando. Os professores, esses sempre tão bons contatos profissionais (aliás, professores, imprimi uns currículos tá, vou deixar com vocês quando acabar aqui, só por garantia), enfim, é muito complicado enfrentar a vida adulta. (Olha mãe, quem diria que um dia eu ia falar isso heim?).
Enfrentar a vida adulta, mas, agora com a responsabilidade de exercer a profissão que escolhi, de ser bem sucedido no mercado de trabalho, ou ser devorado pelo mesmo.
Lembro que, no meu primeiro dia de aula, um professor perguntou o que eu queria seguir, e respondi: Criação. Ele me olhou e falou que também era de criação; fiquei muito feliz... Por 4 segundos. Porque depois de me falar, ele estufou o peito, me olhou firmemente nos olhos e mandou sem respirar: Seja bem vindo! Nossa! Mal eu terminei de respirar ele falou: Você tá ferrado. acabaram as suas noites de sono, seus fins de semana e tudo o que você mais gostava de fazer... E tudo isso, no primeiro dia de aula.
O mais engraçado em tudo isso é que, ao falar para as outras pessoas sobre o curso que escolhi, falavam: Publicitário? Isso é profissão de vagabundo!
- Publicidade faz o que mesmo? Musiquinha pra comercial e fundo colorido para propaganda de revista? Você é o cara que faz aqueles frufruzinhos que tem nos intervalos do pânico, né? E ainda ganha para fazer isso?
- Ah! Fala a verdade, você escolheu esse curso porque não gosta de exatas. Cambada de preguiçosos!
Olha, pensando bem... Estou achando mesmo que...
NÃO! NÃO É!
A Publicidade te escolhe!
Quem estudou sabe o sentimento que dá (sentimento esse que podemos chamar de inveja), quando você vê um anúncio ANIMAL em uma revista.
Ou um comercial de TV, com um jingle irado, com uma sacada que faz você pensar:
PUUUTZ! Eu queria ter feito isso ai!
Queria estar envolvido com isso, de alguma maneira.
A Publicidade influencia você. Para mim, um anúncio perfeito, está lá, em algum lugar, só esperando chegar alguém perto e ela o escolher para produzi-la.
Quem não se lembra do comercial que fala assim: - pipoca na panela começa a arrebentar, pipoca com sal, que sede que dá. Ou o : O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa, é a poupança Bamerindus , dus dus dus!
Pois é! É disso que eu estou falando!
Propagandas como essas te levam à Publicidade, faz com que você se sinta escolhido.
Mas, como tudo na vida, também há o lado negro da coisa, e você pode se sentir um escolhido, depois de ter assistido a esse comercial.
-Oi, eu sou o Dolynho, seu amiguinho, vamos brincar, Dolly, Dolly guaraná Dolly, o melhor.
Ai, você pensa: Meu, é isso mesmo que eu vou fazer, vou mudar para Administração... Não... Estou brincando, pensa, eu vou estudar essa PORRA! Porque não é possível! Eu sou capaz de fazer alguma coisa melhor que isso!
O importante é que estamos aqui. Novinhos em folha!
Tendo escolhido ou sendo escolhido pela profissão. A conclusão da faculdade, além de um passaporte, é um sonho realizado.
Agradeço em nome de toda a turma, aos nossos familiares e, principalmente, aos professores, que tornaram o meu sonho e acredito que o de todos aqui, bem real.
Por hoje é só.
Obrigado!

Por Vicente Astrauskas Neto

domingo, 2 de janeiro de 2011

Rabanadas

São tantas recordações, meu Deus! Especialmente agora, pelas comemorações de fim de ano. Temos todos nós, muitas histórias para contar. Muitas memórias sobre Natal. Mas, revendo algumas receitas para escolher algumas para as festas natalinas, lembrei-me das rabanadas...
Quando pequeninos, meus irmãos e eu tantas vezes sonhávamos com aqueles quitutes deliciosos, que víamos pela televisão, ou mesmo nas revistas... Pedíamos para nossa mãe preparar, porém, nem sempre dava para serem aquelas, da revista ou da TV...
Lá pelos idos de 1964, quando vivíamos os turbulentos dias da revolução, numa imensa dificuldade financeira, pois meu amado pai havia ficado detido no DOPS, mamãe tinha que se virar para que não faltasse o alimento à nossa mesa. Meu pai amado era líder sindicalista, dentro da Mafersa, onde trabalhava. Não tinha vínculos políticos, não participava de nenhuma atividade subversiva. Apenas era como um “porta voz” dos colegas, dentro da fábrica. Porém, foi levado para esclarecimento e ficou por 30 dias detido no DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) em São Paulo. Era para lá que os presos políticos eram levados, durante a ditadura militar, para serem interrogados, torturados e, em muitos casos, mortos pelo sistema autoritário que regia o país. Foi no prédio localizado na região da Estação da Luz que homens e mulheres viveram e presenciaram cenas de violência inimaginável, que o tempo ainda não conseguiu apagar. Felizmente, nada puderam provar contra meu pai e ele foi libertado, graças a Deus, mas, ficou desempregado e um longo período de penúria se abateu sobre nossa família. Nosso avô materno era quem supria nossas necessidades, neste período.
Tudo isto para eu falar sobre como pudemos apreciar as famosas rabanadas, um prato muito saboroso e por um custo baixo. Minha mãe e minha avó, para satisfazer nossa vontade quanto aos quitutes natalinos que víamos na televisão ou nas revistas, nos contou que era uma iguaria muito apreciada, herança da culinária portuguesa e estava sempre presente nas mesas mais requintadas de nossa cidade.
Para nós, crianças, que até então acreditávamos que era simplesmente pão frito, passamos a ver com outros olhos e a saborear com mais prazer as famosas rabanadas.
Hoje, posso dizer que faço questão de tê-las em minha mesa nas festas de fim de ano. Que delícia!
Feliz Natal a todos! Boas Festas!

Por Sonia Astrauskas